O Santo de Casa dessa quarta-feira entrevistou o professor do departamento de sociologia e antropologia da UFMA, John Kennedy e o professor de direito da Universidade de Ensino Superior Dom Bosco (UNDB), Thiago Viana. Em entrevista, os convidados discutiram sobre o assunto que está sendo amplamente discutido por todos: “Cura Gay”.
A informação ganhou força a partir da concessão de uma liminar do Juíz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª vara do Distrito Federal, a um grupo de Psicólogos. Tais profissionais defendem tratamentos pseudoterápicos de reversão sexual. A concessão indignou o país e provocou reação de muitos brasileiros, sobretudo, nos meios midiáticos.
Em entrevista John analisou a homossexualidade sob a perspectiva da antropologia, analisando que, por exemplo, na civilização greco-romana não se tinha ideia de homofobia, pois naquela época era vista como natural. A partir do século XVI e XVII há uma mudança no contexto social a introdução do capitalismo. Assim, de acordo com John: “a ideia de uma separação entre as questões de gênero começa ser discutida”.
O professor Thiago afirmou que o juiz cometeu equívocos ao conceder a liminar, no qual atribui ao conselho de psicologia, liberdade para fazer pesquisas científicas sobre reorientação sexual. Porém, psicologia clínica não quer dizer “fazer pesquisas em seres humanos”.
O professor Thiago descreveu ainda a liminar do juiz como: “extremamente preocupante”. Então além da decisão ter sido contra a resolução que vigora desde 1989, o juíz não se atentou aos efeitos práticos dessa liminar, ou seja, construções já alicerçadas no contexto social, familiar e afins.
Outra questão tratada por John foi a estigmatização que tal liminar está provocando na sociedade; pois implica em fazer com que os indivíduos tratem a homossexualidade como doença, como já há casos.
É importante ressaltar que a psicologia não cura, ela apenas acolhe os indivíduos que procuram ajuda profissional. O ponto é que diante de uma liminar como essa, acaba reforçando o preconceito, o que afeta diretamente o fator de igualdade e a própria auto estima. Então os efeitos da Cura Gay são nocivas e, portanto, ineficazes.
Confira a entrevista na íntegra:
